Gosto da analogia
de que a vida é como uma estrada. Existem estradas longas e curtas, estradas pavimentadas
e de terra, estradas esburacadas e estreitas. Ao longo de nosso caminho é
certeza que percorreremos várias delas. Algumas nos levarão ao casamento e à
família, outras à fama e fortuna, outras à vitória e à alegria, e outras nos
conduzirão à derrota e à desilusão.
Como em qualquer estrada, existem bifurcações e cruzamentos, e quando nos
deparamos com um cruzamento, ainda que tenhamos algum conhecimento de onde cada
uma delas nos levará, quase sempre surgirá a dúvida: qual estrada devo tomar ?
Quais as garantias que a minha escolha me levará aonde quero chegar?
De fato,
nunca sabemos onde uma decisão nos levará até que a tomemos. Uma das mais
importantes coisas que precisamos perceber acerca das decisões é que não existem
garantias. Ninguém pode garantir que se fizermos aquilo que julgamos certo, a
decisão tomada nos levará ao sucesso ou à superação de uma crise. Nada diz que
amar alguém com todo o nosso coração é garantia de que esse amor será
recíproco. Nada diz que fama e fortuna garantirão a felicidade. Nada diz que
aceitar aquele emprego que todos disputam significa a garantia do sucesso profissional. Em outras
palavras, na vida existem muitas possibilidades e nenhuma garantia.
Em termos práticos, sabendo previamente que não existem garantias, o único poder que dispomos é o de como vamos agir e reagir nas diferentes situações que surgirão após tomarmos uma decisão. Bem, pelo menos ter esse controle já é um alívio.
Em termos práticos, sabendo previamente que não existem garantias, o único poder que dispomos é o de como vamos agir e reagir nas diferentes situações que surgirão após tomarmos uma decisão. Bem, pelo menos ter esse controle já é um alívio.
Por outro
lado, não custa preventivamente tomar alguns cuidados, os quais poderão nos
ajudar ao longo do processo de escolha.
1) O primeiro cuidado a tomar é colher todas as informações que pudermos acerca da situação. Muitas decisões são tomadas inadequadamente pela simples falta de informações. Para evitar isso, uma boa estratégia é fazermos perguntas usando "o que", "quem", "quando", "onde" e "por que":
O que é está acontecendo ?
Quem são as pessoas envolvidas?
Quando isto aconteceu?
Onde isto aconteceu?
Por que estou nesta situação?
Perguntas
desse tipo visam obter a maior quantidade possível de informações e estimulam o
espirito crítico para uma decisão.
2) Outro
cuidado prévio constitui-se em identificar o máximo de opções possíveis. Quais
são as saídas que uma situação nos permite ? Às vezes são poucas e às vezes são
muitas.
Mas o que
fazer quando achamos que a situação não nos oferece nenhuma opção? Esse é o
momento de criarmos nossas próprias opções. Não devemos desprezar nenhuma ideia
que nos venha à cabeça, desde a mais simples à mais complicada. E não se
surpreenda quando a mais maluca das ideias vier a ser a opção mais adequada,
pois isso é muito comum de acontecer. Por outro lado, se encontrarmos alguma
dificuldade de enunciar as opções, podemos pedir ajuda a alguém que possa contribuir
na identificação de mais algumas. Em resumo, toda ajuda é válida, exceto aquelas
que incorram em algum julgamento que possam nos induzir.
3) Por fim,
obviamente, com tudo enunciado, chegamos ao momento de pesar os prós e os
contras de cada opção. As vantagens e as desvantagens que elas nos oferecem.
Essa análise nos permite avaliar melhor as possíveis consequências e possíveis desdobramentos
de cada uma delas.
Uma vez
escolhida a opção, tratemos de confiar naquilo que escolhemos. Como sabemos que
não existem garantias, é de fundamental importância acreditarmos que a escolha
foi a melhor opção para este exato
momento e que estamos fazendo o melhor
que podemos.
O mais
importante de todo esse processo é assumir que ao fazermos uma escolha optamos
por não permanecermos estáticos ou passivos diante de um “cruzamento”. Se porventura
o tempo nos mostrar que a decisão poderia ter sido outra, caberá outra escolha,
a de deixar de lado as lamentações e aprender com o que aconteceu, até porque o
futuro nos reserva mais decisões e as experiências anteriores serão de grande
valia.
Pode parecer
trivial o roteiro descrito acima, contudo, a maioria de nós não o cumpre. E
mais interessante ainda é perceber que desde a mais simples até a mais complexa
das decisões o processo é exatamente o mesmo. O que muda nele é o contexto, o
alcance e a repercussão, mas o processo é idêntico. De posse desse
conhecimento, podemos agora ter uma ideia da quantidade de decisões que tomamos
todos os dias, o que nos permite dizer que experiência em tomar decisões, na
verdade, não nos falta.
- by Dalton Cortucci
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