sábado, 21 de julho de 2012

O conflito de gerações é uma oportunidade para a "Geração Y"

De acordo com a Antropologia: "uma cultura é a forma de vida de um grupo de pessoas, segundo comportamentos aprendidos e transmitidos de geração em geração por meio da língua falada e da simples imitação". 

O que hoje vivenciamos não chega a contrariar as teorias antropológicas, mas temos de admitir que a tecnologia advinda da Internet estabeleceu a mais rápida cultura que se tem registro, assim como a mais significativa geração até então registrada e hoje classificada pela Sociologia como "Geração Y".
Resumidamente, a "Geração Y" é composta pelas pessoas nascidas entre os anos de 1980 e 2000, período da eclosão arrebatadora da Internet. Os jovens desse período têm como principais características a facilidade de incorporar tecnologia em seu dia a dia, a capacidade de realizar múltiplas tarefas, a impaciência para carreiras profissionais lineares, a aversão a rotina, a preocupação com a qualidade de vida, a busca por uma rápida ascensão financeira, a defesa de causas sociais e a liberdade de criação.

Quando empregados, os profissionais da Geração Y são frequentemente caracterizados por um grande entusiasmo em estabelecer uma rede de contatos e pela facilidade de trabalhar de forma colaborativa.

Ironicamente, esse discernimento muitas vezes é confundido, a ponto de muitos os cognominarem de geração "sabe tudo". Entretanto, o que se vê no dia a dia é algo muito diferente do que sugere tal denominação: os jovens da Geração Y, além de entusiasmados e otimistas, têm um forte desejo de aprenderem para se desenvolverem como força de trabalho. De fato, nunca tivemos ao longo de nossa história tanta gente matriculada em cursos de graduação, pós-graduação, MBA, cursos técnicos e cursos avulsos. É um fenomeno exatamente contrário ao que se possa pensar acerca de uma geração "sabe-tudo".

Mas qual a origem desse tendencioso estereótipo?

Ocorre que nas empresas tradicionais muitos dos gestores forjados em gerações anteriores foram treinados de uma forma diferente. Por terem vivenciado tempos turbulentos sentem-se receosos diante de mudanças radicais, sejam elas de visão, sejam elas de comportamento. De fato, para não ser injusto, quem viveu profissionalmente as décadas de 90 e, principalmente, a de 80, gerenciar um grupo de pessoas com grande capacidade de se comunicar, além de muita confiança para tomar decisões e ainda com facilidade para interagir com parceiros no mundo todo, definitivamente, é um verdadeiro desafio.

Como diz a minha amiga Marla Bork: "O sofrimento nasce no momento em que insistimos ser uma linha reta num caminho repleto de curvas [...]". Em outras palavras, se os gestores mais experientes não se adaptarem aos novos tempos, usando para isso sensibilidade para administrar uma real situação de mudança comportamental, os resultados poderão levar essa relação com os jovens profissionais à um impasse. 


Mas como o mundo não vai parar diante de qualquer conflito de gerações, o gestor que nadar contra essa corrente se auto-condena. Por outro lado, como todos nós sabemos, em toda crise aparecem oportunidades: nessa hora elas brotam justamente para os líderes em formação dessa geração. Afinal, são eles os naturais sucessores na gestão das empresas. 

Outra oportunidade que se configura, tanto para os gestores das empresas tradicionais quanto para os jovens, é usar esse "espírito" empreendedor, também característico da Geração Y, para estabelecer alguns níveis de terceirização. Considerando que um "espírito" não se coloca na gaiola, uma boa saída para as empresas tradicionais é usufruir de toda essa energia através da terceirização, ao invés de consumi-la tentando impor regras de condicionamento a quem não se permite condicionar. Para os jovens empreendedores, o desafio de ter uma empresa não os atemoriza, pois nela estão depositados seus sonhos e objetivos, os quais, em sua maioria, não puderam presenciar concretizados por seus pais.

Enfim, o conflito de gerações entre profissionais sempre existiu e sempre existirá. E a coexistência pacífica acaba ocorrendo porque ambos os lados cedem um pouco. No entanto, o novo nunca cedeu menos que o velho, pois sabemos que o que virá sempre se sobreporá ao que está.

sábado, 14 de julho de 2012

Andando "parado" !


Quando olhamos a nossa rotina diária ninguém se vê parado, é claro. 
Ir para o trabalho, cuidar de uma casa, dos filhos, ir para a faculdade, enfim, todas essas atividades nos fazem sentir que estamos "andando".


Mas como somos relativistas, é inevitável que estejamos sempre comparando o momento presente em relação a um momento passado, e por essa razão esse monte de atividades em função do tempo indicam que estamos percorrendo algum tipo de caminho. 

No entanto, por mais que falemos sobre o que fizemos hoje em relação a ontem, são os resultados que, de fato, nos dão a sensação do quanto realmente caminhamos.

Tenho certeza que você já teve a sensação de "um fim de semana perdido", quando o resultado que esperava não foi o de se divertir ou descansar.

Já encontrei gente citando períodos da vida como "anos perdidos" ou "década perdida", quando referem-se aos passos que deixaram de dar na direção de um objetivo ou por não terem tido qualquer iniciativa de moverem-se da situação desconfortável em que se encontravam.

O fato é que estamos sempre correndo, isto é, nunca estamos parados, mas quando medimos os resultados não é raro ter a sensação de não ter ido a lugar algum. A rotina diária, por mais tempo que nos tenha consumido, simplesmente não nos levou a sair "relativamente" do lugar.

Não cabe culpa para a mesmice, mas cabe responsabilidade. Ter um objetivo não basta, é preciso ação. A responsabilidade da ação cabe a cada de um de nós e não aos outros.

Por isso, para sair da situação de "correria paralisante" que a rotina nos passa, é preciso um movimento diferente. Mesmo que esse movimento não resulte naquilo que esperávamos, certamente resultará em algo diferente do momento anterior.

Em termos práticos, quando se está diante de um quarto escuro é melhor ir direto ao interruptor e acender a luz, pois nossos pensamentos são grandes sabotadores e suficientemente criativos para nos fazerem recuar diante da escuridão.

Quantas vezes relutamos em fazer coisas e depois de feitas pensamos: "ah, se eu soubesse que seria tão simples teria feito antes."

Em outras palavras, a única forma de quebrar a sensação de estar "parado" na vida é agir. E agir de forma diferente. É a tal da "atitude". Só que tem gente que prefere reclamar a dar um passo e, nesse caso, a vida só está sendo coerente em manter o fulano andando "parado".




segunda-feira, 9 de julho de 2012

Não inclua os outros nos seus planos, pois o deles pode mudar.

Um cliente de Coaching me disse uma vez:
"Nenhum de meus filhos quer saber da empresa da nossa família. Será que não vou conseguir sequer morrer sossegado?".

É interessante como a gente imagina que aquilo que fizemos ou que fazemos é sempre a melhor escolha para os outros.

Obviamente, nossa forma de ser cria dificuldades para entender um pensamento diferente do nosso, sobretudo quando não tivemos experiência com ele. Por isso, aquilo que experimentamos acaba sendo a nossa receita para os filhos, para os amigos, ou mesmo para quem nos peça um conselho. 
Contudo, desejar que os outros sigam o mesmo caminho, o qual, para nós foi um sucesso, não passa de uma pretensão, pois nada garante que o destino que os outros desejam é o mesmo que um dia desejamos para nós.

Além disso, se nem nós somos confiáveis em entender nossos desejos e prever nossas reações, que dirá planejar alguma coisa que inclua os outros.

Quanta gente desejou ter um filho numa determinada profissão e para isso trabalhou com afinco para dar-lhe essa condição? Muitos conseguiram realizar esse sonho, mas muitos se frustraram, porque esqueceram de algo fundamental: seu filho não é você. Além disso, seu filho não está aqui para atender aos seus desejos, assim como você também não veio para atender aos desejos de seus pais.

O mesmo raciocínio vale para planejamentos afetivos, tais como encontrar o parceiro ideal, constituir uma família harmônica ou fazer uma romântica viagem.

De fato, planejar (e sonhar) é muito bom e nos motiva, mas desde que o façamos apenas considerando aquilo que podemos fazer por nós mesmos, sem esperar retorno por algo que fazemos pelos outros, o qual é apenas fruto de nosso desejo.

Será que existe algum problema em sonhar? 
Não, é claro que não. Mas desde que não cobremos dos outros nossos sonhos frustrados. Não podemos cobrar do outro ser o parceiro que sempre desejamos, assim como impedir uma eventual falta de harmonia entre os nossos filhos, ou que eles assumam a continuidade da empresa da família.

O fato é que muita gente vive sonhando e planejando coisas nas quais inclui os outros e quando os outros caem fora ficam reclamando e procurando culpados. Por isso, fazer as coisas por si mesmo é importantíssimo, mas considere que aquele que quiser acompanhá-lo deve também fazê-lo por si mesmo.

Na verdade, o mais importante compromisso é aquele que fazemos conosco, o resto é uma questão de administrar as situações que estejam fora de nosso alcance e ficar na torcida.

E tenha em mente que o dia em que você só esperar algo de si mesmo e nada além de si mesmo, vai perceber o quanto ainda lhe falta ser confiável para realizar aquilo que sonha e quanto os outros merecem de você a liberdade de escolha.

by Dalton Cortucci


Leve para sua empresa ou instituição uma de nossas palestras ou workshops sobre Inteligência Emocional, Eneagrama e Coaching.



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